domingo, 30 de janeiro de 2011

Janela


que saudade da janela
das histórias vividas e iniciadas
iniciações aspirais, descobrimentos.
que eras azul, templariamente azul
foste esbranquecida, aconchegante
num não esperado momento coberta de atenção
meu quarto-cósmico em outro lugar alocado
pra lembrar, talvez, da minha não-aconchegante missão
de organizar o jardim e deixar de ser homem-uno, homem-duplo,
triplo-homem
e conhecer o quarto
caminho.

mas que apego é esse aconchego
ninguém quer ver o viver vivido volitando vozes vagarosamente
ao redor
querem coberta, descobrir o que já sabe

talvez seja missão
recomeçar de outro começo
limpar outros quartos
conhecer os imaginários
deitar/meditar/ver estrelas
em outras posições.

meu quarto:
ex-quadro
esquadro
pra me livrar
do curvado
alinhar-se: retas
retidão
acordar
acordear
estar
aqui.

Quarto azul,
adeus.
estarei aqui, perto de ti,
e te olharei nas janelas
das luzes tríplices acendidas
pra lembrar que me foste Templo
sacros-momentos.

Janelas,
sempre abertas,
sorridentes caminhos,
histórias plurais,
guardadas.

que D'us me proteja
nessa ca minh ada