domingo, 28 de dezembro de 2008

Medir o Ar

Minhas viagens e necessidades de por a ordem no que não entendo
Me completar, cheirar e viajar no odor mais suave da meditação
Desvulgarizar o silêncio, paulatinamente repetido nos meus gestos
que encabulado formalizo em meus diálogos
Mas poderia ainda ser mais coerente, prudente e pespicaz
mas se tentei, não quis errar
Sou forma de quem já veio antes
Sigo Grandes
quero é acertar.


Hipopótamos me aguardem,
quero distância do velho, da morte
quero nascer, nascer junto a cada instante
diante do que acho certo
E cada nascimento repleto de vida
transformar o velho em poesia
e aprender, lendo-a, recitando-a a mim a cada novo ciclo.

Ler livros antigos me fez aprender um passado
Talvez biográfico de alguém que não conheci, que me lembre, agora
Me fez aprendiz de uma literatura nova,
no sonho, as letras eram tão coerentes que ousava estar nele
Conheci imagens, que se tranformaram em vídeos
que me aproximavam da realidade

Mas segui ainda mais
estive perto de uma nova reunião
Convocada por aqueles que querem paz
Vesti o que me faz um trabalhador
E estive em missão

E por mais grosseiro que desejo cruzar em mim
Que esta camada seja porosa e se erga à sincera busca
de uma força ainda perto de conhecer por completo
Que me faça entender o que sinto, o que me transforma, o que me faz Sincero

Já ousei tranformar, vibrar e enaltecer vibrações
Hoje,
quero sê-la

E que a vela sublime acesa em momentos certos
Me guie e me mostre
que não é com a solidão
que estão os peregrinos

Pelo perto
Pátria Pura
Pelo peito
passo peço
Paz Profunda

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Escrever é pouco

um jeito meio de se beijar
de me falar
de me abraçar
completar
um astro
planeta
que puxa
harmoniza
equilibra

Uma onda
engole
me leva
e me esquece
dentro de ti

Com teus olhos
castanhamente amendoados
a me concentrar
e enamorar
por cada forma tua de ser

obrigado,
amar é viver.

S

ÔOn
daaaaasssss

Oon
Dddddaas

traaaaaaaaaaasssssssss
praaaaa
mim

ela

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Jibóias de pensamento

Não podia estar longe, mas tão perto
É essa noite, engolindo o silêncio, com luar a escorregar os dedos
iluminar o caminho de quem já tá perdido ao abismo das idéias
palavras.

Seria um mister de Eros, quem sabe mistérios
frondoso ergo pensante, numa dúbia forma hiperbolante
nas ruinas a desabar por tão arredondante

Mas que fácil silêncio não se ouve,
escuto aplausos pena de quem morre,
paupáveis formas, sons e ruídos
de mãe que perdem filhos
na violenta cidade mar de filhos que vão,
Juar o seco, juzante... Joões, jordões...
morreram...

e quantos não morrem: no silêncio.

Mas que dible, filete no ar esfatiando o teu gesto
zombando de mim, acorrentado em ti
mas de tão perto
posso gozar contigo esse sarcamo desmiolado
de sonhos, de abraços
e de beijos: enluarados
que divina és tu, Saudade.

Que me faz lembrar sorrisos, pernas e arrepios
das formas queridas de um abraço
quente
de flores de despedidas, de sorriso nostalgia
por me abandonar por entre morros
de noites em sonhos em forma lenta
tua língua roçando os meus dentes
teu corpo jogado no meu, encaixado colo
e lembro de cada ângulo desacortinado
como quem esquece quem é

Saudade, és tu mesmo,
ou és tu,
Mal-das-idades, Maldade...?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Espelho-Forma

Feliz estava no corpo escorado que me encorajava
era um bálsamo flutuante e andante de forma colorida que transportava no ar
um desejo moreno, de carne, de arte, de vida e de amor
de te agarrar, de te pegar, dar com o meu sabor
uma mordida rápida, massagem,
osculatória forma de te conhecer.
Percebia silencio, atino, forte como quem gritava
cigarras braseavam o caminho molhado, queria voltar
deixar com o meu abraço, tua vontade de ser feliz
mas preferi me doar a ti pela memória
pois o meu beijo dado seria fugilidade amarga na alma
pois nao teria o mesmo compassado gesto
de me repetir para sempre

e no silencio daquela noite,
indecisa garagem de onde se adormir
os arrebentos graciosos de tuas palavras ásperas
de tua coceira infame nos olhos a te cegar
para que não me visses
de teu azedo carinho de me fazer entender
que bem longe te farias melhor
fui-me indo, com a coragem de nao sei quem
com desejo de te ter em mente

na cidade, conheci bem mais perto
posto que a saudade mole me aproximou da famigerada forma sua
e teus sonhos me faziam conhecer aqueles momentos que evitei
e te beijava forte, te conhecia
e acordei com a boca amassada
e camisa com teu cheiro de teu abraço ligeiro demorado
fantasiado de desejo

mensagens foram ditas, cargas enviadas de pesado valor
eram formas ditas de se encarar o q sentia
mas voce nao as respondia, voce nao as encarava
e aqui estou: sem futuro, sem rédia, sem perna e sem túmulo
onde este defundo que te fala é como um burro:
mistura acizentada de se encarar a vida
que nao tem nada de polida...
e voce ja com outras formas de me dar a mensagem
me mostra ligeiramente que de tua paisagem
agora, nao poderei mais mirar
porque ja tendes companheiro
e nao quero nem te trair
com os que para ti, são meus pesadelos

Quero-te, Poesia

Tateando o rosto da misericórdia
de sentir, fazer e agir
estive longe, galgando minunciosidades fulgazes e vulgares
para alimentar minha acortinada vida de menos cetim
rusticalizando, rusticiando, ruthiando, rutherizando
caminhando
a vida.
Mas saudades tenho desse estroço cândido da arte
falerando minha antiguês, minha altura e minha promessa
mas que justo é minha volta
mas que melado faço: Eis
Quero arte e aqui estou

domingo, 29 de junho de 2008

Nada

E porque diante do Tudo, nos tranformamos em nada.
Um nada celestial, capaz de pensar na sua nada-forma e nada-inteligencia
de repente, tudo é preto, como a cor do nada.
Engolindo-nos, ferozmente, como quem sacode
inteligentemente a azeitona - de nada serve
E o nada engolindo-nos percebe que dentro de nós já é nada
Então desiste
e vai pra outro mundo
buscar seres
que nao tenham tanto nada
como nós

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Cíclica vida

vedes que sou marca
serena cicatriz da vida
matéria áspera
só polida pela martiridade
v-i-d-a

ano novo
chega junto
fala em mim
que me queres
gentileza
me adianta
furo buraco na consciência
preciso de ti: esperança
para mim: paciência

um
janeiro
paz
ferve
mar
ponto
abriu
a esperança
amanheceu
jubileu
juzar
a gosto
de tempero
Seth, na porta da tumba
Ou foram oito
Nó que vibra
Que acabosse
não no Dez
Mas no 12
E assim fecha o ciclo
ocultado pelos versos
não escritos.
Que te aguardam, benditos!

Vem com tudo, ano feliz.
é por isso que te aguardo!