quinta-feira, 17 de julho de 2008

Jibóias de pensamento

Não podia estar longe, mas tão perto
É essa noite, engolindo o silêncio, com luar a escorregar os dedos
iluminar o caminho de quem já tá perdido ao abismo das idéias
palavras.

Seria um mister de Eros, quem sabe mistérios
frondoso ergo pensante, numa dúbia forma hiperbolante
nas ruinas a desabar por tão arredondante

Mas que fácil silêncio não se ouve,
escuto aplausos pena de quem morre,
paupáveis formas, sons e ruídos
de mãe que perdem filhos
na violenta cidade mar de filhos que vão,
Juar o seco, juzante... Joões, jordões...
morreram...

e quantos não morrem: no silêncio.

Mas que dible, filete no ar esfatiando o teu gesto
zombando de mim, acorrentado em ti
mas de tão perto
posso gozar contigo esse sarcamo desmiolado
de sonhos, de abraços
e de beijos: enluarados
que divina és tu, Saudade.

Que me faz lembrar sorrisos, pernas e arrepios
das formas queridas de um abraço
quente
de flores de despedidas, de sorriso nostalgia
por me abandonar por entre morros
de noites em sonhos em forma lenta
tua língua roçando os meus dentes
teu corpo jogado no meu, encaixado colo
e lembro de cada ângulo desacortinado
como quem esquece quem é

Saudade, és tu mesmo,
ou és tu,
Mal-das-idades, Maldade...?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Espelho-Forma

Feliz estava no corpo escorado que me encorajava
era um bálsamo flutuante e andante de forma colorida que transportava no ar
um desejo moreno, de carne, de arte, de vida e de amor
de te agarrar, de te pegar, dar com o meu sabor
uma mordida rápida, massagem,
osculatória forma de te conhecer.
Percebia silencio, atino, forte como quem gritava
cigarras braseavam o caminho molhado, queria voltar
deixar com o meu abraço, tua vontade de ser feliz
mas preferi me doar a ti pela memória
pois o meu beijo dado seria fugilidade amarga na alma
pois nao teria o mesmo compassado gesto
de me repetir para sempre

e no silencio daquela noite,
indecisa garagem de onde se adormir
os arrebentos graciosos de tuas palavras ásperas
de tua coceira infame nos olhos a te cegar
para que não me visses
de teu azedo carinho de me fazer entender
que bem longe te farias melhor
fui-me indo, com a coragem de nao sei quem
com desejo de te ter em mente

na cidade, conheci bem mais perto
posto que a saudade mole me aproximou da famigerada forma sua
e teus sonhos me faziam conhecer aqueles momentos que evitei
e te beijava forte, te conhecia
e acordei com a boca amassada
e camisa com teu cheiro de teu abraço ligeiro demorado
fantasiado de desejo

mensagens foram ditas, cargas enviadas de pesado valor
eram formas ditas de se encarar o q sentia
mas voce nao as respondia, voce nao as encarava
e aqui estou: sem futuro, sem rédia, sem perna e sem túmulo
onde este defundo que te fala é como um burro:
mistura acizentada de se encarar a vida
que nao tem nada de polida...
e voce ja com outras formas de me dar a mensagem
me mostra ligeiramente que de tua paisagem
agora, nao poderei mais mirar
porque ja tendes companheiro
e nao quero nem te trair
com os que para ti, são meus pesadelos

Quero-te, Poesia

Tateando o rosto da misericórdia
de sentir, fazer e agir
estive longe, galgando minunciosidades fulgazes e vulgares
para alimentar minha acortinada vida de menos cetim
rusticalizando, rusticiando, ruthiando, rutherizando
caminhando
a vida.
Mas saudades tenho desse estroço cândido da arte
falerando minha antiguês, minha altura e minha promessa
mas que justo é minha volta
mas que melado faço: Eis
Quero arte e aqui estou