segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

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não sabia se o barco iria sustentar aquela tempestade. agarrou nas velas esperando que a chuva desse trégua. acreditava que a Lua pudesse interceder por ele. existia três leões no bolso, não podia desperdiçar as coragens encapsuladas em pequenos comprimidos na sua veste. engoliu uma cápsula. ergueu seu cajado, ao céu, rogando uma graça initerrupta, mas o céu não cedeu à natureza de sua súplica. os ventos estavam mais teimosos que sua força de segurar-se nas velas. voou velando ventos viajando varrendo vazio. foi mergulhado pelo mar inconsciente. estava imerso num corpúsculo aninhado de moléculas hidrogenadas. acordou dentro de uma gota. uma enorme gota sua. era uma lágrima de saudade. não mais chorava, assustado, pelo acontecido. apoiado na janela, acordado, mirou a lua, serena. podia ter se afogado, mas estava a salvo

até que viesse outra lembrança. 

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